O momento formativo proporcionou aos participantes o contato com conhecimentos sobre línguas indígenas de sinais e discutiu caminhos para integrá-las às práticas pedagógicas.
A SED (Secretaria de Estado de Educação), por meio da Coep (Coordenadoria de Educação Especial) e do CAS (Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez), realizou, no dia 7 de agosto, o segundo encontro formativo de 2025 voltado a professores que atuam com estudantes surdos indígenas e docentes do AEE (Atendimento Educacional Especializado) da REE (Rede Estadual de Ensino).
No período matutino, o encontro foi destinado exclusivamente aos professores que atuam no apoio pedagógico especializado a estudantes surdos indígenas. O tema central, “Etnicidade e Resgate das Línguas Indígenas de Sinais”, foi abordado pela professora doutora Shirley Vilhalva, referência nacional na pesquisa da Língua Indígena de Sinais.
A palestrante trouxe reflexões sobre a vivência dos estudantes surdos indígenas, ressaltando a importância da valorização das identidades étnicas e linguísticas no ambiente escolar. O momento formativo proporcionou aos participantes o contato com conhecimentos sobre línguas indígenas de sinais e discutiu caminhos para integrá-las às práticas pedagógicas, respeitando e reconhecendo os contextos culturais de cada comunidade indígena.
A gerente pedagógica do CAS, Daniela Silva da Costa, destacou que “conhecer as especificidades culturais e linguísticas dos estudantes surdos indígenas é fundamental para garantir um ensino que acolha suas identidades e promova a aprendizagem de forma significativa. Esses momentos formativos fortalecem o trabalho docente e contribuem para práticas pedagógicas mais sensíveis, contextualizadas e inclusivas”.
Realizada de forma remota, pela plataforma Google Meet, a formação contou com a participação de docentes de diferentes municípios do estado, ampliando o alcance das discussões.
No período vespertino, o encontro foi direcionado aos professores que atuam com estudantes surdos no AEE, com foco no compartilhamento de estratégias pedagógicas, elaboração e adequação de materiais e construção do Plano Educacional Individualizado (PEI), considerando as especificidades de cada estudante. A formação ocorreu presencialmente, nas dependências do CAS, em Campo Grande, e também remotamente via Google Meet, garantindo a participação de profissionais de diferentes localidades.
A técnica ouvinte Emília José dos Santos Pereira abordou o funcionamento do AEE para estudantes surdos e a importância do planejamento pedagógico. Em seguida, a técnica ouvinte Ana Paula Ranzani Fernandes Portes ressaltou a necessidade de um conhecimento prévio detalhado sobre cada estudante, enfatizando a atenção diagnóstica para o planejamento e elaboração de atividades personalizadas.
Por fim, a técnica surda Helen Trefzger Ballock apresentou materiais confeccionados e exibiu um vídeo demonstrando a adequação de atividades com o uso de tecnologias assistivas, que contribuem para a produção de materiais pedagógicos acessíveis.
Adersino Junior, SED
Fotos: Arquivo CAS.