Projeto da EE Dr. João Leite de Barros – Extensão Albuquerque conquista primeiro lugar na Fecipan 2025

Imagem destacada Professores e estudantes com medalhas.
  • Publicado em 03 nov 2025 • por Adersino Valensoela Gomes Junior •

  • O projeto “Agosto Indígena: Vozes do Campo Ecoando Maracás” com a conquista garante o credenciamento para a Feira de Tecnologias, Engenharias e Ciências de Mato Grosso do Sul

    O projeto “Agosto Indígena: Vozes do Campo Ecoando Maracás”, desenvolvido na Extensão Albuquerque da Escola Estadual Dr. João Leite de Barros, de Corumbá, conquistou destaque na Fecipan 2025 (Feira da Ciência e Tecnologia) – a maior feira de ciência e tecnologia da região do Pantanal Sul-mato-grossense.

    Durante a cerimônia de encerramento, o trabalho recebeu 1º lugar na categoria CHSA (Ciências Humanas e Sociais Aplicadas) e Linguagens e Artes, além dos prêmios de melhor banner, melhor relatório, melhor projeto de ensino médio, e o credenciamento para representar o município na Fetec/MS 2026, sendo o único projeto da feira a alcançar essa classificação.

    O estudo foi desenvolvido pelos estudantes do Ensino Médio Lauany Vitória da Silva de Jesus (2º ano), Vinícius A. Mendes (3º ano) e Janaina Teixeira Alves de Oliveira (3º ano), sob orientação da professora de Arte Bárbara Carvalho e coorientação da coordenadora da extensão Raquel Furtado Soares Trindade.

    A diretora Maria de Araújo Pereira destacou o orgulho da comunidade escolar com o reconhecimento conquistado, “o resultado é motivo de muita alegria para toda a nossa escola. O trabalho da professora Bárbara e o empenho dos nossos estudantes mostram que, mesmo em um distrito distante, a educação pública é capaz de gerar conhecimento, valorização cultural e transformação social. É uma conquista que representa todo o potencial do campo e o compromisso da nossa equipe com a aprendizagem significativa”.

    Olhar decolonial

    Com base em uma perspectiva decolonial, o projeto propôs uma sequência didática inovadora nas aulas de Arte, por meio de oficinas e laboratórios, com o objetivo de ampliar o repertório imagético, literário e artístico dos estudantes. A proposta valorizou o estudo de obras de autores e artistas indígenas, promovendo o reconhecimento dos saberes ancestrais e a celebração da diversidade cultural no ambiente escolar.

    Desenvolvido com as turmas do Ensino Médio na comunidade de Albuquerque, distrito de Corumbá, o trabalho seguiu uma abordagem qualitativa, utilizando o diário de campo como principal instrumento de registro e reflexão sobre as práticas realizadas.

    De acordo com a professora Bárbara Carvalho, idealizadora do projeto, “o objetivo foi aproximar os estudantes das expressões artísticas e culturais que fazem parte da nossa própria identidade, mas que muitas vezes são silenciadas. Trabalhar a arte indígena e os saberes do campo em sala de aula foi uma forma de reconhecer a força das nossas origens e estimular o pensamento crítico. Ver esse trabalho sendo reconhecido em uma feira tão importante é muito gratificante e inspira novos caminhos na educação”.

    Resultados e impactos

    Os resultados evidenciaram o impacto positivo da proposta: os estudantes demonstraram grande engajamento e comprometimento durante todas as etapas. Além do desenvolvimento de conteúdos conceituais, o projeto favoreceu competências atitudinais, como ética, respeito e trabalho em grupo, e procedimentais, como criação artística, escrita, organização de ideias e ampliação do repertório cultural.

    A experiência reforça a importância da arte como instrumento de reflexão crítica e valorização das identidades culturais, contribuindo para uma educação mais inclusiva, sensível e significativa.

    Premiações na Extensão Albuquerque

    Devido às dificuldades de acesso logístico, os estudantes pesquisadores não puderam participar da cerimônia oficial de premiação. Diante disso, a equipe gestora da Escola Estadual Dr. João Leite de Barros, acompanhada por assessores da Coordenadoria Regional de Educação (CRE-3), deslocou-se até a Extensão Albuquerque, localizada a cerca de 80 km de Corumbá, para realizar a entrega oficial dos certificados e medalhas.

    Durante a visita, o professor coordenador de Práticas Inovadoras Wellington Oliveira também promoveu um momento de reconhecimento coletivo, entregando certificados a todos os alunos da extensão que participaram da Fecipan, reforçando o incentivo à pesquisa e à continuidade dos estudos.

    “A pesquisa escolar é uma poderosa ferramenta de transformação, especialmente nas extensões do campo. Quando o estudante percebe que pode investigar, criar e propor soluções, ele se torna protagonista do próprio aprendizado. Nosso papel é fomentar esse espírito de curiosidade e mostrar que o conhecimento científico nasce em qualquer lugar, inclusive, no coração do Pantanal”, destacou Wellington Oliveira.

    Além do projeto vencedor, a Extensão Albuquerque apresentou outros três trabalhos, todos com ótimo desempenho e destaque nas categorias em que concorreram, evidenciando o potencial criativo e investigativo dos estudantes do campo.

    Sobre a Fecipan

    A Feira de Ciência e Tecnologia do Pantanal tem como objetivo estimular a pesquisa científica nas escolas e promover o desenvolvimento de atividades de iniciação científica desde o ensino fundamental até o ensino médio. Realizada entre os dias 13 e 17 de outubro de 2025, durante a Semana de Ciência e Tecnologia, a feira é promovida pelo Campus Corumbá do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (IFMS).

    Nesta edição, o evento reuniu mais de 130 projetos de escolas das redes pública, privada e do próprio IFMS, fortalecendo o compromisso com a extensão, a pesquisa e a inovação na região do Pantanal.

    Adersino Junior, SED

    Fotos: Arquivo escolar

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