Produções abordaram cultura, identidade e criatividade juvenil; “Os Condenados da Terra” conquistou o primeiro lugar
O 3º Festival de Cinema das Escolas Estaduais de Mato Grosso do Sul reuniu estudantes de diferentes regiões do estado em uma celebração de arte, cultura e protagonismo juvenil. A edição premiou curtas que exploraram temáticas sociais e identitárias, com destaque para “Os Condenados da Terra”, vencedor do primeiro lugar, da EE Thomaz Barbosa Rangel, de Rio Verde do MT.
O pódio foi completado por “Diário de um Artista”, da EE Vereador Moacir Djalma que garantiu o segundo lugar, e “Ponto de Ruptura”, da EE Reynaldo Massi em Ivinhema, em terceiro. A premiação também reconheceu categorias específicas: “Sempre Juntos” da EE Orcírio Thiago de Oliveira, de Campo Grande, levou o troféu de Melhor Fotografia, enquanto “Diário de um Artista” conquistou o prêmio de Melhor Roteiro.
Entre os destaques da noite esteve a produção vencedora “Os Condenados da Terra”. A professora de teatro Isabela Taíla Biehl, contou que a obra foi inspirada no livro homônimo de Frantz Fanon, trazendo uma reflexão sobre colonização cultural e identidade.
“Não é a primeira vez que participamos do festival, é a terceira vez que somos selecionados entre os dez finalistas. O texto foi escrito pelo professor Wagner, fruto de muita pesquisa, ele partiu da filosofia de Fanon, que fala sobre como os colonizados não se enxergavam em sua própria cultura. Queríamos mostrar jovens com a mente colonizada, vestidos como personagens de fora de sua realidade, enquanto o indígena surge como o único conectado à sua terra e cultura. O fazendeiro, por sua vez, representa esse contraponto, apoiando o distanciamento das nossas raízes”, explicou a professora.
Segundo ela, a participação dos estudantes foi intensa e criativa:
“Desde o início, eles ajudaram a decidir como cada personagem seria construído. Cada aluno escolheu livremente seu figurino, de personagens como Mestre dos Magos, Alice, Vandinha e até figuras de animes como One Piece. Essa liberdade deu vida ao curta, que foi gravado em apenas dois dias no Morro da Lua, em Rio Verde, aproveitando o pôr do sol como cenário”.
Encerrando o festival, o coordenador Fábio Germano destacou o amadurecimento dos alunos e a relevância da iniciativa:
“Ao realizarmos a 3ª edição do Festival de Cinema das Escolas Estaduais de MS, nota-se que a cada certame, nossos alunos vêm se preparando mais. Os temas abordados provocam um pensamento crítico e o exercício da criatividade. Todos os filmes expressaram de modo singular as experiências e vivências acerca do tema da paz e a convivência harmônica. Nesse contexto, a educação e a arte cumprem um papel preponderante na formação dos nossos jovens”.
Texto: Jackeline Oliveira, SED
Fotos: Ricardo Agra, SED
