Evento com bandas e fanfarras marca fortalecimento da identidade indígena e protagonismo estudantil na Aldeia Cachoeirinha
Com o ginásio da Aldeia Cachoeirinha tomado por sons, cores e manifestações culturais, o município de Miranda sediou no último sábado (13) a II Mostra Cultural Indígena de Bandas e Fanfarras “Nzopúne”, que reuniu aproximadamente 1.500 pessoas. O evento destacou-se como um espaço de celebração da identidade dos povos originários, reunindo apresentações de bandas e fanfarras das etnias Terena, Guarani e Kaiowá, além de atividades culturais e de integração comunitária.
Promovido pela SED/MS (Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul), por meio do Nuac (Núcleo de Arte e Cultura) e da Comesp (Coordenadoria de Modalidades Específicas), com apoio de instituições parceiras, o encontro proporcionou uma experiência de valorização da cultura indígena por meio da música, da arte e do protagonismo estudantil.
Aldeia como espaço de celebração e pertencimento
Sediar o “Nzopúne” foi motivo de orgulho para a comunidade anfitriã. O cacique Edvaldo Antônio Gordo, também vereador de Miranda, destacou a importância do evento:
“Foi emocionante ver nossa cultura ser reconhecida e celebrada com tanto respeito. Um momento único para os povos Terena, Guarani e Kaiowá”.
A Escola Estadual Cacique Timóteo, situada na aldeia, teve papel central na organização. Sob a liderança da equipe gestora, foi promovido um concurso de desenho entre os estudantes, resultando na arte oficial da camiseta do evento e envolvendo a comunidade desde os preparativos.
Cultura, arte e educação em diálogo
O maestro Marcelo Cece, da Escola Estadual Indígena Pastor Reginaldo Miguel Hoyeno’Ó, enfatizou o impacto do encontro para os estudantes:
“Esse é um espaço onde a música deixa de ser apenas performance e se torna afirmação de identidade e fortalecimento dos laços comunitários”.
O gestor do Nuac, Fábio Germano da Silva, reforçou o papel simbólico da mostra:
“Cada apresentação foi uma declaração de orgulho e pertencimento. Ver nossos estudantes indígenas protagonizando esse momento é algo que emociona profundamente”.
Além das fanfarras, o evento contou com feira de artesanato indígena, oficinas culturais, danças tradicionais e espaço infantil, com brinquedos infláveis oferecidos pela Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul).
Organização coletiva e legado cultural
A professora e assessora da Comesp, Fabriciane Malheiro, destacou a construção coletiva do evento:
“Tudo foi pensado junto com as comunidades. O ‘Nzopúne’ vai além da arte — é conexão, escuta e valorização real da cultura indígena”.
O encerramento ficou por conta da dupla Rapha e Léo, que animou o público com músicas regionais, encerrando a noite em clima de festa e confraternização entre etnias.
Parcerias e apoio
O sucesso da mostra foi garantido pela união de diversas instituições: SED, Comesp, Nuac, SEC (Secretaria de Estado de Cidadania), Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), FEPOIMS (Fórum de Educação dos Povos Indígenas de MS), FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), Fundesporte, FEBAFAMS (Federação de Bandas e Fanfarras de MS), Prefeitura de Miranda, SANESUL (Empresa de Saneamento de MS), Receita Federal de Campo Grande, IPEDI (Instituto de Pesquisa da Diversidade Intercultural), ICMLJ (Instituto Cultural e Musical Leão de Judá), BRUACA (Associação de Mulheres Produtoras Rurais de MS) e o programa Ampare/MS.
Texto: Jackeline Oliveira, SED
Fotos: Arquivo SED e Nuac
Foto capa: Luciana Galan, SED