Campo Grande (MS) – Todo professor é um pouco pai. Enquanto compartilha conhecimentos, esse profissional está sempre atento a sua turma, pronto para ouvir um desabafo ou aconselhar. Para homenagear todos os “paizões” das salas de aula, vamos compartilhar a história de Davi de Oliveira dos Santos, que aos 18 anos ingressou na carreira do Magistério e experimentou as diversas sensações e emoções de ser professor. “Há quem diga que pai não é aquele que faz, mas aquele que cria. Essa frase tem grande significado na sociedade contemporânea, posto que a palavra criar denota uma ação direta de um indivíduo ativo, participativo, competente, perceptivo, sensível e movido pela razão e paixão do fazer”, define Davi.
Quando começou, Davi enfrentou a resistência dos mais experientes, mas seguiu em frente, com dedicação. “Uma responsabilidade tão grande para uma pessoa tão jovem, eu ouvia. Admito que não possuía as plenas habilidades para o exercício, mas a cada aula aprendia o valor de ser professor, o qual não está nas condições oferecidas ao trabalho e/ou no salário da profissão, tampouco no prestígio junto à sociedade. Para mim, o valor de ser professor está na satisfação de contribuir para o sucesso de vida de outra pessoa, seja no seu projeto de vida pessoal ou profissional. É fazer parte da trajetória de alguém e contribuir, significativamente, para o êxito dessa jornada. Tal sentimento só se compara à satisfação de um pai frente às conquistas de um filho”, explica o professor.
Davi conta que, embora sua trajetória na educação tenha desvelado um percurso por vários segmentos, sua natureza é a docência, ele é professor. “Do primeiro dia em sala de aula até hoje, coleciono inúmeras memórias de momentos que me proporcionaram muita satisfação e alegria. Consigo recordar de todas as situações que contribuíram para que eu me tornasse um professor-pai e valorizo cada uma delas. Hoje, aos 34 anos de idade, me preparo para assumir o maior desafio que a vida poderia me proporcionar: ser um pai-professor”.
Agora, começa uma nova fase, de aprendizagem e grandes ensinamentos na vida do professor, que já comemora seu primeiro “Dia dos Pais”. “Minha esposa está gestante de 10 semanas e minha vida alcançou um novo patamar de comprometimento. Me sinto como no primeiro dia de sala de aula, com muitas dúvidas, um pouco de medo, mas com muita vontade de trilhar este caminho. Outrora, quando o assunto era filho, me fazia um questionamento: Terei condições financeiras para criar um filho? Hoje, vejo que minha preocupação era um tanto equivocada, afinal as condições materiais advêm de uma boa gestão financeira”.
Com as dúvidas financeiras esclarecidas, Davi iniciou outro questionamento. “Terei condições morais, cognitivas e motoras para criar um filho, possibilitando-o tornar uma pessoa de caráter, feliz e produtiva na sociedade? Tenho a convicção de que a responsabilidade está em minhas mãos e que a minha presença será fundamental em cada etapa do seu desenvolvimento. Afinal, pai não é aquele que faz, mas aquele que cria”, afirma o professor de Física, coordenador de Políticas para a Educação Profissional da Secretaria de Estado de Educação e ansioso para desempenhar a função mais importante de sua vida: ser pai.