Campo Grande (MS) – O Professor Pedro Demo defende em suas obras a importância do protagonismo juvenil, o educar pela pesquisa e a autoria. Nesse sentido, a Escola Estadual José Juarez Ribeiro, de Itaquiraí, acredita que os professores precisam propor situações didáticas que proporcionem aos estudantes as condições ideais para uma aprendizagem significativa e transdisciplinar, que certamente não se limitarão as disciplinas escolares, serão aprendizados para a vida.
Com objetivo de desenvolver a escrita, o senso crítico e a oralidade, a professora de Língua Portuguesa Kelly Cristina Santos planejou uma atividade de Júri Simulado com as turmas de 9º ano do ensino fundamental. Além das habilidades com a escrita e a oralidade, ela explorou também o desenvolvimento de habilidades, tais como autocontrole (nervosismo, ansiedade, timidez), oratória (linguagens verbais, expressões faciais e corporais), a argumentação, a própria pesquisa para o embasamento necessário, o enfrentamento, a superação, a reflexão, o raciocínio, a persuasão, a iniciativa, a arte de representar, a democracia, o respeito às diversidades de opiniões e posicionamentos, enfim, habilidades que garantem competências valorosas e com certeza permanentes.
O Júri Simulado já está na sua quarta edição e é sucesso entre os estudantes. Este ano, a atividade foi realizada no dia 12 de setembro, no Fórum de Itaquiraí, no plenário do Júri. Os estudantes do 9º ano A representaram a Defensoria e o 9º ano B a Promotoria. O juiz da sessão foi o juiz de paz da cidade, Willian Natan Passarini, e os jurados pessoas da comunidade. Para melhorar para melhorar sua atuação, os estudantes receberam orientações de advogados que atuam no município.
Embora tenha recebido o nome de júri, com o objetivo de despertar o interesse da garotada, e tenha tido todos os procedimentos de um júri real, o tema em debate não teve um réu em especifico, e o ‘fato julgado’ foi o desempenho dos estudantes na oratória e na retórica. O tema do debate foi a adoção de crianças por casais homoafetivos, ensejando, portanto, uma espécie de Audiência Pública.
Em um processo de revezamento, os estudantes debateram o assunto com fundamentações teóricas e estudos de casos. Ao final das exposições, incluindo, réplica e tréplica, o juiz leu a sentença baseado nas decisões dos jurados que se pautaram em sete critérios de avaliação, como melhor utilização de técnicas de comunicação, desenvoltura, fundamentação teórica e aproveitamento do tempo. Independentemente da sentença anunciada e de quem venceu os debates, o mais importante foi que esses estudantes conquistaram muitos conhecimentos, venceram suas próprias limitações e deixaram os nomes na história da escola, pois fizeram a diferença se posicionando e opinando.