Em alusão ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado no último domingo (2), as escolas da REE (Rede Estadual de Ensino) promoveram ações para informar os estudantes sobre os direitos sociais, educacionais e de trabalho para as pessoas com o TEA (Transtorno do Espectro Autista).
Na segunda-feira (3), os estudantes da Escola Estadual Manoel Bonifácio Nunes da Cunha, localizada em Campo Grande, participaram de uma ação de conscientização sobre o autismo que contou com palestra, exposição de relatos e apresentação cultural.
Os gestores e equipe de Educação Especial da unidade escolar receberam o Luiz Felipe Gimenes, primeiro acadêmico autista a ingressar na faculdade Estácio de Sá, que relatou aos alunos como foi a sua admissão no curso de Administração e a sua jornada na Educação Básica, mostrando que não existem limites para as pessoas com deficiência.
Manhã de conscientização sobre o TEA foi promovida aos estudantes da EE Manoel Bonifácio Nunes da Cunha.
Por sua vez, a professora Magali de Paula França Varela, palestrou sobre o TEA, explicando sobre o transtorno do neurodesenvolvimento, suas características, os níveis, como se dá o diagnóstico, o acesso ao atendimento especializado, também tendo sido falado sobre o capacitismo, as interações sociais das pessoas com autismo e a importância da inclusão.
“Todas as escolas deveriam ter um momento deste, pelo menos em abril, mês de conscientização sobre o autismo, de divulgar esse tipo de informação, porque o que falta é a informação e se ela vier desde criança, a nossa sociedade, amanhã ou depois, será completamente diferente de hoje”, disse a professora Magali de Paula França Varela.
Encerrando a ação, os estudantes e profissionais da instituição soltaram balões para celebrar a data e o Mateus Matias, estudante com TEA matriculado no 9º ano da Escola se apresentou aos colegas, cantando e tocando uma canção no violão.
Ainda no mês de março, na sexta-feira (31), foi realizada uma acolhida temática na Escola Estadual Bom Jesus, localizada em Três Lagoas, com distribuição de adesivos em alusão à data e panfletos com QR Code, através do qual eles poderiam acessar mais informações sobre o autismo.
Na EE Bom Jesus foi confeccionada uma árvore com palavras e frases de inclusão.
A professora de Língua Portuguesa Adriana Cordeiro Alves, em parceria com os demais docentes da área de linguagens que atuam na Escola e dos acadêmicos de Letras da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), que são bolsistas do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) promoveram esta ação e, junto dos dois estudantes com TEA matriculados na instituição de ensino, montaram uma árvore com palavras e frases de inclusão.
De acordo com a Deise Cristina de Araújo, professora coordenadora de Práticas Inovadoras da EE Bom Jesus, o evento promovido teve como objetivo “sensibilizar e conscientizar a comunidade escolar sobre o autismo e promover a inclusão dos estudantes com essa condição”, disse.
Em Aquidauana, a Escola Estadual Coronel José Alves Pinheiro realizou o evento ‘conectando pessoas, promovendo a inclusão’, proposta realizada como uma forma de fugir dos estereótipos e permitir que a singularidade dos estudantes autistas fosse compreendida.
EE Coronel José Alves Pinheiro promoveu roda de conversa sobre o autismo.
Realizado pelos professores de Educação Especial e estudantes do curso técnico em Administração da Escola, na segunda-feira (3), foi realizada uma roda de conversa que teve a participação da Rosangela Rodrigues de Arruda Machado, técnica do NUESP (Núcleo de Educação Especial), que falou sobre a sua experiência profissional. Além disso, também foi recebida a família do Carlos Eduardo de Mattos, estudante com TEA do mencionado curso profissionalizante, que relatou suas experiências com o autismo.
“Os estudantes autistas se sentiram acolhidos, pertencentes e respeitados em sua singularidade, como qualquer outro membro da comunidade escolar. Através dessa abordagem humanista e emotiva, o evento promoveu uma verdadeira transformação, mostrando que a inclusão é a chave para uma sociedade mais justa e igualitária”, concluiu a Cristiane Niz Barcelos, diretora da EE Cel. José Alves Pinheiro.
Texto: Thaís Davis, SED
Fotos: Acervo das escolas
