Alunos foram admitidos para universidades em MS, Paraguai – para cursarem Medicina – e cidades vizinhas do Estado; quantitativo não para de crescer.
Estudantes egressos das escolas da REE (Rede Estadual de Ensino) os quais finalizaram o 3º ano do Ensino Médio em 2022, obtiveram resultados significativos quanto à aprovação no Ensino Superior e, até o momento, mais de 900 jovens foram admitidos em universidades públicas ou privadas.
Diariamente os orgulhosos gestores divulgam novos rostos aprovados no ensino superior, e a conquista destes estudantes egressos é motivo de muita alegria, comemoração e agradecimentos aos docentes e equipes escolares.
O número de aprovados, é preciso ressaltar, felizmente não para de crescer, uma vez que as admissões nas universidades ainda estão sendo realizadas, mas uma coisa é certa: o ensino de qualidade ofertado pela REE rendeu bons índices e centenas de jovens já cursam o 1º semestre em universidades do Estado, em cidades próximas – como é o caso de Presidente Epitácio e Presidente Prudente –, e até mesmo em faculdades do Paraguai, para aulas de Medicina.
“Os resultados positivos alcançados pelos nossos estudantes da REE são frutos de trabalho conjunto, entre gestão escolar e equipe pedagógica, aliada à proposta da equipe da SED de preparação dos nossos estudantes com foco no protagonismo na vida profissional. Essa é a comprovação da excelência da qualidade de ensino que estamos ofertando”, disse Helio Queiroz Daher, secretário de Estado de Educação.
Primeiro lugar em Medicina
Breno Ramos Sandim, de 17 anos, primeiro lugar na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) pelo PASSE (Programa de Avaliação Seriada Seletiva) para o curso de Medicina, disse que no período de preparação para as provas estudava cerca de 11 horas por dia e atribuiu seu bom desempenho ao ensino ofertado na EE Prof. Emygdio Campos Widal, em Campo Grande – onde cursou o Ensino Médio em Tempo Integral – e à sua dedicação aos estudos.
“A Escola me ajudou a criar uma boa base nas matérias, pois passava o dia todo por lá e à noite fazia um cursinho on-line e estudava sozinho para os vestibulares e Enem (Exame Nacional do Ensino Médio); já nos últimos três meses antes das provas, também participei de um cursinho de revisão que era realizado aos sábados”, contou o estudante.
Feliz por ter sido aprovado no curso que queria, Breno Ramos Sandim reconhece que a tendência é que a sua rotina de estudos seja mais intensa, mas está “muito animado e com as melhores expectativas possíveis com a Medicina e também com a Universidade”, concluiu o estudante egresso da EE Prof. Emygdio Campos Widal, unidade de ensino que teve um total de 54 alunos aprovados.
“Nos sentimos honrados com este número expressivo de aprovações em universidades públicas e privadas. Os nossos professores exercem um trabalho de excelência na parte acadêmica, buscando novas atualizações para repassar os conteúdos aos alunos, e nós da equipe pedagógica atuamos em parceria com os professores e famílias. Como resultado, tivemos vários estudantes aprovados em mais de um curso, sendo dois deles aceitos em outros Estados”, disse Claudenice Schilive Vilela, coordenadora pedagógica da EE Prof. Emygdio Campos Widal.
Estudante das Moreninhas admitida em Odontologia
Aprovada na UFMS para o curso de Odontologia, Julia Araujo Vieira, estudante egressa da Escola Estadual Waldemir Barros da Silva, localizada na região das Moreninhas, em Campo Grande, escolheu este curso ao pesquisar sobre o campo da saúde – área que mais lhe chamava a atenção – e destaca: “o ensino da Escola auxiliou na minha aprovação porque lá somos motivados a pesquisarmos por conta própria e a termos independência”.
Além da Julia Vieira, mais dez alunos foram aprovados, sendo nove deles para universidades públicas. Para Eduardo Francisco de Oliveira, diretor da EE Waldemir Barros da Silva, as admissões “são conquistas de cada um dos estudantes, mas motivo de muita alegria para suas famílias e toda a comunidade escolar, porque são fruto do sucesso do ensino ofertado pela Escola e da qualidade do trabalho de toda a equipe, principalmente dos professores”, disse.
Três Lagoas destaca-se pelo número de aprovados
Na Escola Estadual Fernando Corrêa, localizada em Três Lagoas, 34 estudantes foram exitosos na conquista de vagas em universidades públicas e privadas. “Somente para os cursos UFMS, foram oito aprovados em Direito, quatro para Letras, dois para a Engenharia de Produção e os demais para Medicina, Administração, Enfermagem, Pedagogia e Educação Física”, frisou Lucy Mitico Nakamura, auxiliar de coordenação da Escola.
“É um orgulho para nossa Escola destacar os resultados obtidos todos os anos. Parabenizo os estudantes, pais, professores, coordenadores e servidores administrativos, pois todos nós contribuímos de alguma forma na construção desta Escola pública que oferta um ensino de qualidade”, disse Sônia Maria Barbosa, diretora da EE Fernando Corrêa.
No mesmo município, a equipe gestora da Escola Estadual Edwards Corrêa e Souza informou que até o momento foram identificadas 25 aprovações. A exemplo, “pela UFMS, a Escola teve estudantes aprovados em Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Direito, Enfermagem, Letras, Pedagogia e Sistemas de Informação. Em instituições privadas, tivemos alunos aceitos para os cursos de Medicina, Biomedicina, Educação Física, Engenharia Agronômica, Medicina Veterinária, Administração, Engenharia de Automação e Engenharia Mecânica”, disse Vinicius Pereira da Silva Xavier, professor coordenador de Práticas Inovadoras da instituição.

Para o diretor da EE Edwards Corrêa e Souza, aprovações mostram que a instituição tem cumprido seu papel social de transformação cultural.
Segundo Edevalte Porto Viator Júnior, diretor da EE Edwards Corrêa e Souza, “os resultados obtidos vêm de encontro com um trabalho pedagógico realizado com os estudantes, além do incentivo para que eles deem continuidade nos estudos. Atualmente, o mercado de trabalho exige um nível elevado de qualificação para o sucesso nas carreiras a serem seguidas. Assim, um passo muito importante e de significado enorme é ingressar na universidade, e quando uma escola com público de classe social vulnerável tem mais de 30% dos seus alunos ingressantes em universidades, sendo a maior parte deles aprovados na pública, isso quer dizer que a Escola tem cumprido seu papel social de transformação cultural”, afirmou.
Professor que faz a diferença
Em Nioaque, chama a atenção que entre seis aprovados, cinco deles escolheram cursar Matemática. O fato aconteceu na EE Uirapuru, localizada no assentamento de mesmo nome e a diretora da instituição, Marialves Conceição, credita esse interesse ao docente de Matemática pois segundo ela “ao utilizar diferentes estratégias de ensino, atraindo os estudantes para essas aulas, o professor os influenciou positivamente”, disse.

Com aulas de Matemática atrativas, cinco alunos da EE Uirapuru se inspiraram no professor Gildnei Souza e seguirão na área de exatas com foco na docência.
Comprovando o que foi dito pela diretora, Welington Pereira dos Santos, aluno egresso da EE Uirapuru que agora faz Matemática na UFMS e pretende atuar como docente, disse: “as aulas de Matemática foram importantes para me ajudar na escolha do curso, porque além do incentivo do professor Gildnei, suas aulas eram sempre atrativas e eu gostava bastante”.
Por sua vez, Gildnei Costa de Souza, professor de Matemática da EE Uirapuru atribuiu o bom desempenho dos estudantes em avaliações como Enem e vestibulares à uma série de fatores, tais como “poder dedicar-se exclusivamente à Escola com Ensino em Tempo Integral, a implementação de metodologias ativas na área de exatas, a adequação dos momentos de aprendizagem às situações do cotidiano dos estudantes, o foco na Recomposição das Aprendizagens, a versatilidade no uso dos laboratórios e tecnologias a favor da aprendizagem e contínua orientação e acompanhamento da equipe de coordenação pedagógica e direção escolar para com os estudantes”, disse.
Aprovada em dois cursos de universidades públicas
Letícia Salustiano Silva sonha em ser agente da PRF (Polícia Rodoviária Federal) para atuar junto aos cães farejadores. Moradora de Chapadão do Sul e estudante egressa da Escola Estadual Augusto Krug Netto, foi aprovada em Medicina Veterinária pela UFMS e Direito pela UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), tendo optado por cursar a primeira opção. Para tanto, mudou-se para Paranaíba, e irá morar com os avós durante este período de faculdade.
Apesar das opções serem distintas umas das outras, a escolha por um deles não foi fácil: “Fiquei muito feliz e dividida, minha família me apoiou nos dois cursos. Escolhi a Medicina Veterinária porque era uma vontade minha desde criança; sempre ajudei meu pai na fazenda, no trato com os animais. Minha meta é ser policial e nos dias de folga pretendo trabalhar com inseminação artificial em animais de grande porte, conciliando as duas áreas”, disse Letícia Salustiano Silva.
Dedicada, Leticia Silva recorda que a rotina de estudos era intensa, uma vez que na EE Augusto Krug Netto ela fazia o Ensino Médio em Tempo Integral e no período noturno, fazia um curso técnico em Agronomia. Focado no vestibular, “estudava nos finais de semanas, nos recreios, e à noite aproveitava a hora da janta no curso”, disse Letícia Salustiano Silva.
Jovens em medidas socioeducativas são aprovados em universidade
Em Dourados, dois adolescentes que cumprem medida socioeducativa na Unidade Educacional de Internação Laranja Doce foram aprovados no vestibular da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada). Devido ao bom desempenho no Enem, um deles irá cursar Engenharia Mecânica e o outro estudante fará História.
Para a direção do CEEJA de Dourados (Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos), o incentivo e empenho dos professores e agentes da Unei favorecem com que o projeto desenvolvido neste espaço seja um sucesso, e o ingresso desses jovens no Ensino Superior aponta que o trabalho pautado pela troca de informações, compartilhamento de experiências, apoio e clima amistoso entre as instituições fazem a diferença na vida futura dos adolescentes.
Texto: Thaís Davis, SED
Fotos: Acervo das escolas