Parceria entre Secretaria de Educação de MS e UFGD capacita educadores sobre relações étnico-raciais, com foco no legado de Carolina Maria de Jesus
No dia 13 de setembro, em Dourados, uma formação voltada à promoção da educação antirracista nas escolas públicas da região do Conesul. Intitulada “Educação Antirracista das Relações Étnico-Raciais: Brasil e as Carolinas do Passado, Presente e Futuro”, a iniciativa é resultado de uma parceria entre a SED (Secretaria de Estado de Educação) e a UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), dentro do Acordo de Cooperação Técnica nº 126/SED/2024.
A proposta tem como principal objetivo preparar profissionais da educação para desenvolver práticas pedagógicas que valorizem a diversidade e combatam o racismo no ambiente escolar. A ação está alinhada à Meta 7 e à Estratégia 733 do PEE (Plano Estadual de Educação), que visam à elevação da qualidade do ensino.
Parte do PRO-ERE/MS (Programa Raças e Etnias de MS), a formação também busca fortalecer a implementação da Educação para as Relações Étnico-Raciais nas escolas e reconhecer instituições que se destaquem com o Selo ERER (Educação para Relações Étnico-Raciais).
A cerimônia de abertura foi realizada no auditório da Unidade II da UFGD, com a presença de representantes da universidade, da CRE 5 (Coordenadoria Regional de Educação de Dourados) e da SED/MS. O destaque da solenidade foi a mesa de diálogo conduzida pelas professoras Claudia Marques Roma (UFGD), Ana Paula Archanjo Batarce (UFMS) e Alexandra Santos Pinheiro (UFGD), que discutiram a importância da escritora Carolina Maria de Jesus e de conceitos como escrevivência e territorialidade para a literatura e a educação crítica.
A formação terá duração total de 100 horas e será realizada em formato híbrido, com encontros presenciais e online entre os meses de setembro e novembro de 2025. As atividades são desenvolvidas por professores da UFGD ligados ao projeto de extensão “Territórios de Escrevivências”, que promove debates sobre desigualdades sociais e raciais com base em vivências de grupos historicamente excluídos.
A iniciativa também reforça o cumprimento da Lei 10.639/03, complementada pela Lei 11.645/08, que torna obrigatória a inclusão da história e cultura afro-brasileira e indígena no currículo escolar. Ao oferecer formação teórica e prática aos educadores, o curso reafirma o compromisso do Estado com uma educação mais justa, plural e inclusiva.
Texto: Jackeline Oliveira, SED
Foto: Arquivo