Os professores optaram pelo uso do Facebook para elaboração de estratégias de conexão com estudantes, por meio das postagens em grupos na rede e Messenger
Campo Grande (MS) Escola Estadual Professor Henrique Ciryllo Corrêa, localizada no Bairro Vila Rica, na região norte da Capital, decidiu ampliar o uso da rede social (Face book) e utilizar esta como ferramenta para aprendizagem dos estudantes em tempos de aulas remotas, com o objetivo é alcançar o maior número de estudantes/famílias.
De acordo com pesquisa recente o Face book é a segunda rede social mais acessada no Brasil, perdendo apenas para o YouTube. Além disso, para a maioria das operadoras de celulares, o uso do Facebook não gasta os dados da franquia dos usuários. Apesar da popularidade, nem todo mundo conhece as potencialidades desta rede social para a aprendizagem. A maioria dos usuários desta rede a utilizam para compartilhar notícias e/ou conversar com amigos.
Os professores da escola optaram pelo uso desta rede para a elaboração de estratégias para se conectarem com os estudantes de forma remota por meio das postagens em grupos no Face book e em alguns casos por mensagens utilizando a ferramenta Messenger.
A equipe pedagógica da escola criou grupos fechados e organizados por ano/turma, divulgou em sua página os links para acesso aos grupos e orientou os estudantes e família como acessar e encontrar as atividades neste espaço. As famílias que não têm acesso à internet foram orientadas a ligar na escola e marcar um dia para buscar as atividades impressas, mantendo o distanciamento social preconizado pelas autoridades da saúde.
Estratégia
A escola criou uma estratégia de levantamento dos estudantes que não enviaram as atividades e está realizando contato com a família para verificar os motivos e buscar uma solução evitando que o estudante fique em defasagem na aprendizagem.
“Diante do contexto atual, em que as aulas deixaram de ser presenciais, a equipe escolar viu-se desafiada a mobilizar diferentes estratégias e recursos que favorecessem alcançar aos estudantes e suas famílias, por isso, optou-se por uma ferramenta tecnológica de fácil acesso e que a maioria das famílias tivessem familiaridade. Assim o facebook deixou de ser para elas apenas uma rede social, e tornou-se, também, uma ferramenta para estudo e interação entre estudante e professor. Os resultados têm sido satisfatórios tanto em relação as produções dos estudantes quanto em interação. No entanto, permanece o desafio a equipe escolar em manter atrativa ao estudante essa ferramenta” afirma o diretor Fabiano Soares.
As atividades são elaboradas visando a formação humana integral dos estudantes e extrapolam o uso do Facebook, dessa forma os estudantes tiveram acesso a outras ferramentas digitais, tais como o uso dos aplicativos Duolingo, WhatsApp, YouTube e/ou de plataformas como a Khan Academy, Google, dentre outras.
Duolingo
“Considerando esse momento da pandemia, a educação passa por um momento de transição no fazer pedagógico e para auxiliar os alunos utilizamos ambientes virtuais bem como outros recursos que proporcionou ao educando desenvolver atividades durante esse período. De fato, o mundo tecnológico muda em uma velocidade impressionante, as informações mudam a cada minuto ou segundo, tudo o que acontece no mundo ficamos sabendo em tempo real, a possibilidade de estarmos todos presentes em um só momento e em espaços diferentes que permitiu perspectivas otimistas. Assim, devo expressar que fiquei surpresa com a participação dos alunos e dos responsáveis, pois estamos num momento crítico de isolamento, mas mesmo assim a participação foi satisfatória, percebi durante o desenvolvimento das atividades, que os alunos foram autônomos, pesquisadores, capazes de reproduzir ideias e informações e até mesmo pontos de vista. Nessa perspectiva, é relevante perceber que a participação do aluno foi ativa e colaborativa. Isto é, não é uma participação apenas informal, mas parte constitutiva do processo de aprendizagem” afirma Mara, professora de Língua Inglesa que trabalhou com o Duolingo em uma das turmas.
Educação Especial
Dentro dessa perspectiva de adaptação às aulas remotas, os estudantes da educação especial estão recebendo as atividades adaptadas conforme suas necessidades. Estas atividades são preparadas em conjunto pelos professores regentes e professores de apoio e assim como as demais são postadas na plataforma online via facebook, onde a família tem acesso e repassa para o estudante.
Essa ação é muito profícua pois possibilita a socialização de experiências, na busca da equipe pedagógica por atividades de aprendizagem que sejam atrativas e que estimulem a autoria dos estudantes. Os registros das atividades estão sendo por fotos/vídeos e as devolutivas via email para o regente e o professor de apoio interage com o estudante por meio de áudios, vídeos e fotos, visando manter a proximidade, bem como motivá-lo nos estudos.
Embora a equipe pedagógica da escola e a equipe técnica da SED estejam realizando grandes esforços nesse momento, ressalta-se que o apoio da família é fundamental, se tornando essencial durante a execução das atividades e aprendizagem dos estudantes.