Campo Grande (MS) – O Centro de Capacitação dos Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS), órgão ligado à Secretaria de Estado de Educação (SED), iniciou nesta terça-feira (13) uma formação de três dias com a Assessoria Técnica do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), do Rio de Janeiro, considerado o Centro de Referência Nacional na Área da Surdez.
De acordo com Beatriz Maria Santos Lima Duo, diretora do CAS, a vinda da equipe do INES a Campo Grande é um ganho muito grande, por ampliar a abrangência da formação. “Muitas vezes é difícil sairmos dos nossos afazeres do dia a dia, principalmente os intérpretes e instrutores mediadores, que estão diretamente em sala de aula. É difícil parar esta rotina e fazer uma capacitação em outro Estado, então ter aqui uma equipe do Ines para fornecer esta assessoria técnica é um avanço, é um ganho muito grande”, explicou.
A formação, realizada no auditório do Museu da Imagem e do Som (MIS), em Campo Grande, é direcionada aos profissionais que trabalham com estudantes surdos, surdocegos e deficientes auditivos matriculados em classes comuns do ensino regular de Mato Grosso do Sul, visando disseminar novas práticas pedagógicas na comunidade escolar e consequentemente ampliar a acessibilidade na aprendizagem desses estudantes. “Já temos avanços importantes. Estamos vivendo que um canteiro de obras que avança um horizonte de possibilidades e a valorização do chão da escola como lugar de fortuna, de riqueza, pode potencializar ainda mais”, afirmou o professor do Ines, Tiago Ribeiro.
A visita da Assessoria Técnica foi conquistada por meio de seleção nacional, realizada em maio de 2016. O processo aconteceu em várias etapas e com concorrentes de todos os Estados do Brasil e o CAS foi escolhido pela abrangência dos serviços prestados à Rede Estadual de Ensino (REE). Dados do CAS indicam que 227 surdos e 111 deficientes auditivos estão matriculados na REE, que conta com 199 intérpretes e 58 instrutores mediadores.
“Este é um projeto do Colégio de Aplicação do Ines e estamos aqui na função de mediadores entre o Instituto e Mato Grosso do Sul, fazendo inicialmente uma explanação teórica sobre o ensino de Língua Portuguesa como uma segunda língua, que é um direito do sujeito surdo e depois teremos dois pedagogos para falar sobre como as práticas pedagógicas efetivam uma avaliação qualitativa do sujeito surdo”, disse a coordenadora pedagógica do Ines, Luciana Andréia Furtado.