Escrever ajuda, não só a lembrar o que estudou, mas também a aprender melhor. Pensando no quanto essa prática de escrita é importante no desenvolvimento cognitivo foi implantado o projeto.
Os estudantes do sexto ano do ensino fundamental da Escola Estadual Professor Ulisses Serra, localizada no Núcleo Industrial, em Campo Grande, participaram de projeto de leitura e caligrafia, inspirado no livro “A Caligrafia de dona Sofia”, de autoria do escritor infantojuvenil André Neves.
O projeto “A Caligrafia da D. Sofia”, desenvolvido pela professora Ione Eler e Herler, de língua portuguesa, tem por escopo trabalhar a caligrafia dos sextos anos, para que tenham mais facilidade no aprendizado, pois estão exercitando o cérebro e fazendo conexões neurais que auxiliam no aprendizado; Aprendam o traçado de cada letra, bem como diferenciar letras maiúsculas e minúsculas; Aprendam a norma culta da língua; Tomem gosto pela escrita, visto que ela se tornará mais bonita e agradável; Sintam-se orgulhosos e felizes com a própria escrita, além de auxiliar o aluno no processo de constituição da sua identidade visto que a caligrafia ganha contornos pessoais.
“Primeiramente fizemos a leitura da obra e apresentei o projeto para os estudantes, depois, uma vez por semana, durante uma aula, eles fizeram todo o alfabeto no caderno de caligrafia e finalmente o nome completo. Por último, como D. Sofia fazia, copiaram com letra caprichada poemas de livros diversos, entre eles ‘Para ler e reler’, e colamos os poemas em cartolina fazendo cartões. Na culminância, os alunos leram os poemas e foram orientados a dar os cartões de presente para alguém (mãe, pai, avó…)”, enfatiza professora Ione Eler.
Resgate
A escrita à mão está sendo deixada de lado a cada dia por causa do uso constante de celulares e computadores. Sendo assim, a escola é praticamente o único lugar onde as crianças e adolescentes terão contato com a escrita à mão e cursiva. Contudo, como o tempo de aula é muito curto, a prática não é constante e, por esse motivo, muitos alunos chegam aos anos finais sem saberem a diferença entre letra maiúscula e minúscula.
Segundo estudo de Van der Meer, publicado na Revista Galieu, o cérebro tanto das crianças, e dos das pessoas em geral, fica muito mais ativo quando escrevem à mão com letra cursiva. “O uso de papel e caneta dá ao cérebro ‘ganchos’ para pendurar suas memórias” (VAN DER MEER, sd, sp). “Ou seja, escrever ajuda, não só a lembrar o que estudou, mas também a aprender melhor. Pensando no quanto essa prática de escrita é importante no desenvolvimento cognitivo, desenvolvemos esse projeto”, reforça professora Ione.
“Esperamos que, ao final desse projeto, os estudantes dos sextos anos tenham desenvolvido a escrita cursiva de forma efetiva a pondo de terem uma caligrafia legível, além melhorar o aprendizado. Por esse motivo, entendemos a importância da escrita cursiva no desenvolvimento dos estudantes, visto que a escola será, possivelmente, o único lugar onde as crianças e jovens terão oportunidade de usar esse tipo de escrita tão importante ao desenvolvimento humano”, finaliza o gestor Edivaldo Luís Camargo
Adersino Junior, SED
Fotos: Arquivo escolar