Estudantes produzem textos autobiográficos e paródias nas aulas de Língua Portuguesa como forma de identidade e territorialidade.
Campo Grande (MS) – Os estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Professor Henrique Ciryllo, em Campo Grande, produziram textos autobiográficos e paródias como parte das atividades de Língua Portuguesa mediadas pela professora Ione Lima.
A atividade teve como objetivo potencializar o pertencimento dos estudantes uma vez que, por meio desta, os estudantes legitimam suas identidades em seus diferentes contextos de convivência. As atividades trabalharam como temática a cidade de Campo Grande e desta forma, o pertencimento dos estudantes em relação à sua cidade, pensando no eu, no outro e na comunidade. Pertencer significa partilhar características, vivências e experiências com outros membros das comunidades, desenvolvendo sentimento de pertença.
Trabalhar narrativas autobiográficas com estudantes contribui para formar um sujeito que interage pelo discurso em seu meio social, capaz de se comunicar de diferentes formas, utilizando diferentes tipos de textos, para formação e valorização de sua identidade positiva.
Por meio destas, os estudantes refletem sobre si como diz um deles: “[…] tenho muitos sonhos, de conhecer o mundo, ir para outros países, viajar bastante, construir uma família e entre outros […]”. Também por meio delas eles pensam em quem são diante do mundo: “[…]O que eu mais gosto de fazer é jogar free fire no meu tempo livre, me ajuda a me distrair e esquecer dos problemas dessa vida. Algumas qualidades minha são: Eu gosto de ajudar os outros, Sou bem prestativo […]”.
As narrativas autobiográficas resgatam o sentimento de pertencimento, tornando o estudante autor de sua aprendizagem interagindo e interferindo na construção de referenciais positivos individuais e coletivos. Oportunizaram também o diálogo efetivo com os estudantes, respeitando a individualidade de cada um deles envolvendo a presença pedagógica dos professores, a escuta ativa e a atenção ao desenvolvimento pleno dos estudantes.
“As aulas remotas tem sido um desafio tanto para nós professores, como para os estudantes. Nas atividades de julho, foi proposto que os alunos do 3º ano do Ensino Médio escrevessem uma autobiografia. Dei liberdade para que escolhessem escrever sobre si, alguém da família ou seu artista preferido. Recebi excelentes autobiografias, nas quais pude conhecer um pouco de alguns deles, porque outros preferiram escrever (ou copiar) de seu artista preferido, afinal copiando também se aprende, mas não deve ser uma ação rotineira, aprendemos também pelo exemplo. Em agosto, para o 9º ano, propus uma paródia da poesia de Castro Alves “Canção do Exílio”, mas novamente abri para que utilizassem outros textos, acredito que limita a criação do estudante ao exigir que seja utilizado apenas um texto ou apenas um tipo de texto, e o resultado foi ótimo. Pude perceber o quanto nossos estudantes são criativos”, afirma a professora de Língua Portuguesa, Ione Lima.
A paródia é uma forma de intertextualidade que ocorre por meio de uma referência implícita ou explícita de um texto multimodal dentro de outro (música, poesia, poema, filme, pintura, dentre outros). Assim, os estudantes tiveram autonomia para a escolha destes textos para trabalhar a paródia (que é uma forma de intertextualidade) tendo como critério que esta tivesse relação com a cidade de Campo Grande e escolheram poemas e músicas.
Compor uma paródia implica, ao mesmo tempo, encenar um discurso social e por meio delas é possível ouvir as vozes dos estudantes entendendo a sua relação com a cidade em que vivem.
Confira as produções dos estudantes da Escola Estadual Professor Henrique Ciryllo