Campo Grande (MS) – A última semana do mês de junho contou com diversas atividades, em duas escolas da Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul, em alusão ao Dia Internacional do Surdocego, comemorado no dia 27 do mês passado. Responsável pela ação, o Centro Estadual de Atendimento ao Deficiente da Audiocomunicação (Ceada) contou com a parceria do Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS).
A sequência de atividades teve início na segunda-feira (25), na E.E. Professora Thereza Noronha de Carvalho e, na terça-feira (26), o local escolhido foi a E.E. Amélio de Carvalho Baís, duas das escolas da Rede que possuem estudantes com surdocegueira, em Campo Grande. Durante a semana, um Centro Comercial da Capital também recebeu os organizadores do evento, com atividades voltadas para o público em geral.
Nas escolas, os estudantes tiveram a oportunidade de participar da Sala Sensorial, trabalhando os sentidos remanescentes após a visão e a audição serem “anuladas”. Em sala de aula, os responsáveis pela ação exibiram um breve filme, em Libras, legendado e oralizado, sobre a vida de Helen Keller, escritora, conferencista e ativista social norte-americana – primeira surdocega a se tornar bacharel – que conseguiu romper o isolamento imposto pela dificuldade na comunicação.
Uma das responsáveis pela organização da ação, professora Rosângela da Costa Pereira Mariano, falou sobre opção pelas duas escolas. “Essas escolas foram escolhidas por terem estudantes que são atendidos pelo Ceada. Optamos por elas para que os colegas desses jovens pudessem sentir como um estudante surdocego se sente durante a execução de tarefas em geral e o resultado foi muito positivo, pudemos notar a surpresa de todos ao terem contato com a sala sensorial, por exemplo, que montamos para as atividades”, disse.
Para os profissionais envolvidos, a ação teve como objetivo, sensibilizar as pessoas para a compreensão das barreiras enfrentadas pelos indivíduos com surdocegueira e também para divulgar essa deficiência pouco conhecida.
Segundo a técnica do Ceada, Fernanda Gomes Tenório, o objetivo foi atingido. “Eles (estudantes) se emocionam, participaram e perguntaram muito, também pelo fato de terem uma estudante surdocega como colega de sala, e todos os alunos se envolveram. Aos poucos, perderam a timidez e tiraram dúvidas sobre como se comunicar com a colega. (…) Um dos estudantes, inclusive, tem uma avó que é surdocega e ele questionou muito sobre o assunto para poder ajudar no convívio com essa avó”, explicou Fernanda.